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Você sabe o que é economia criativa?

Atualizado: 22 de ago. de 2021




Francisco Pontes de Miranda Ferreira


O conceito de economia criativa é relativamente novo e ainda temos poucos trabalhos acadêmicos tratando do assunto. A economia criativa acrescenta a própria criatividade aos setores tradicionais da economia: agricultura, turismo, indústria e serviços. Em nossa sociedade de consumo de massa as pessoas não prestam a atenção aos processos envolvidos na produção de um produto ou serviço. Geralmente, o conceito de criatividade é relacionado a um produto novo e diferente. Mas, que se produzidos em massa e com as tradicionais relações de trabalho e relação sociedade/natureza na verdade não apresentam nada de criativo. Criatividade é, antes de tudo, um processo mental e cultural em que a comunicação adquire uma importância fundamental. As novas ideias, as novas relações incluídas na economia criativa vão necessariamente produzir um novo valor e significado ao serviço ou produto final. A economia criativa é uma visão de futuro.


A economia criativa já representa cerca de 7% da economia mundial (SUCIU, 2008). A economia criativa inclui todo o setor de produção cultural, design e marketing. O mais importante é a sinergia em que todos devem estar abertos para novas ideias e inovações diversas. O crescimento econômico regional é a prioridade e, portanto, todos devem estar atentos às potencialidades locais. A diversidade é um fator muito relevante com o fortalecimento das potencialidades regionais. O foco está na capacidade criativa dos indivíduos e do grupo e não mais na empresa como ocorre na economia clássica. Na economia criativa evita-se altos investimentos que podem tornar o negócio inviável. A imaginação fica acima do racional e deve-se buscar a simplicidade nas ações. Os talentos de cada membro do grupo devem ser valorizados. Nos tempos atuais devemos investir junto com a economia criativa, nos meios de comunicação, com destaque para as redes sociais na internet. Procurando com isso, além da divulgação, a criação de parcerias. Na economia criativa deve haver uma ética socioambiental e todos os participantes têm como objetivo a felicidade geral. O tradicional deve ser rompido sem medo, sabendo que os riscos serão de todos, em que a flexibilidade e a adaptação são mais importantes do que a eficiência. Os diversos setores devem participar e interagir na economia criativa: poder público, empresas, academia, associações. A rede conecta, portanto, talentos, tecnologias, capital e conhecimento. Na economia tradicional os operários não opinam e não apresentam ideias e esta tarefa cabe aos gerentes e técnicos. Já na economia criativa todos devem participar e apresentar ideias em todas as etapas da produção. Não existem técnicos e gerente com opiniões incontestáveis. Assim a autoestima e a criatividade individual são o tempo todo valorizados e o a diálogo como parte do processo (SUCIU, 2008).


O Brasil é considerado um país com enorme potencial para a economia criativa devido, principalmente, à sua diversidade e riqueza cultural e turística. De 2011 a 2014 houve uma política para o setor dentro do Ministério da Cultura. Os objetivos eram colocar a cultura como prioridade no desenvolvimento nacional e utilizar da diversidade como importante recursos humano para a formação de solidariedade (FLEMING, 2019). O Brasil seguiu o documento da UNESCO de 2019 que definiu os principais setores da economia criativa:


1. Patrimônio Natural e Cultural;

2. Espetáculos e Eventos;

3. Arte e Artesanato;

4. Livros e Periódicos;

5. Audiovisual e Mídia;

6. Design e Serviço criativos.


O ser humano recria-se a cada momento e as formas de sobrevivência e de atividade econômica devem acompanhar esse potencial humano e jamais se tornarem um obstáculo à criatividade.


Referências

FLEMING, T. The Brazilian Creative Economy. Newton Fund and British Council, 2018.

SUCIU, M.C. The Creative Economy in Lex et Scientia. Jan, 2008.


Francisco Pontes de Miranda Ferreira é Jornalista (PUC Rio) e Geógrafo (UFRJ) com mestrado em Sociologia e Antropologia (UFRJ), pós graduação em História da Arte (PUC Rio), Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.

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