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  • Foto do escritorJornal Poiésis

Viagens


Flávia Joss


Dentre todas as coisas que eu amo fazer, duas ocupam os primeiros lugares no ranking do meu coração: ler e viajar. Sou a louca dos livros! Aquela banca onde todos os livros custam 10 reais, exerce um poder sobrenatural sobre mim. E sempre acho coisas incríveis! Essa semana mesmo arrematei Frankenstein, de Mary Shelley, Poemas escolhidos, de Gregório de Matos, Negrinha e outros contos, de Monteiro Lobato e ainda, o clássico da literatura infantojuvenil, Pollyanna, de Eleanor H. Porter. Há um mês, comprei três livros da Jane Austin e um de contos de Rubem Fonseca. Sou uma viciada assumida. Se leio todos? Leio. Não no mesmo ‘time’ de outrora, mas sigo com minhas leituras, várias ao mesmo tempo.


Lembro-me dos tempos de escola, toda semana eu pegava livro na biblioteca, levava pra casa e devorava. Alguns, meus pais liam também. Sonhava em ter uma estante cheia de livros. No quarto meu avô tinha uma estante grande que eu mexia e tirava tudo do lugar, minha avó me dava umas broncas, que eu esquecia rapidamente.


O prazer pela viagem começou bem mais tarde... praticamente na vida adulta. Que delícia programar a viagem! Fazer planos... conhecer gente nova, novos lugares e trazer na bagagem novos olhares. Minha lista é grande, contudo, vou humildemente, à medida do bolso, percorrendo terras de longe e de perto. E nessas terras de perto, enquanto almoçava, conheci uma história que vai virar conto.


Estava em Paraty, lugar repleto de arte, história e cultura. Ali, tudo é beleza. Fui conhecer uma ilha, e assim que cheguei, o sol forte deu lugar a uma ventania, chapéu voando, areia levantando. Resolvi entrar no restaurante e aguardar. Um garçom simpático veio me atender, comida típica, cachaça famosa e papo. Contou-me que era professor na agitada São Paulo, viu um meteoro e decidiu mudar de vida. Agora é garçom, mora em um barco e nas horas vagas, toca Bach.


Fiquei com a mão apoiada no queixo ouvindo o que ele falava, minha cabeça foi logo construindo um roteiro, imaginando cenas, viajando. Pedi permissão para escrever um conto, ganhei. Enquanto voltava para a pousada, rememorava histórias que li, que ouvi, escrevi, recontei, inventei e vivi. Se cada leitura é uma viagem, sem dúvida alguma, cada viagem é um romance, um poema, uma crônica, um conto... basta um olhar aberto para os caminhos do mundo que se colocam diante de nós.


(setembro 2020)


Flávia Joss é Professora de Língua Portuguesa e Literatura, especialista em Gêneros textuais e Interação. Possui cursos de aperfeiçoamento nas áreas de Arte& Espiritualidade, Escrita Criativa e Poesia Falada

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