top of page
Buscar
  • Foto do escritorJornal Poiésis

Tem um Real Aí?

Atualizado: 5 de abr. de 2021



Francisco Pontes de Miranda Ferreira


Você poderá ser muito mais feliz se gastar este dinheiro com outra pessoa...


Ter muito dinheiro pode trazer satisfação, até um certo ponto...


A forma em que você gasta os seus recursos é o que gera a felicidade. De acordo com estudos da Universidade da British Columbia e da Universidade de Harvard, muitas vezes o uso do dinheiro em busca de felicidade, gera o efeito oposto. Os estudos comprovam que a busca pela autossatisfação e pelo benefício próprio, produz menos felicidades do que utilizar este dinheiro com outros.


Ao longo de um dia, as pesquisas comprovaram, maior felicidade por parte das pessoas que usaram seu dinheiro, mesmo que uma quantia pequena, para uma causa social. Tudo comprova que a capacidade de obter felicidade pelo ato de doar é um valor humano universal. Fato que pertence à área da psicologia humana. Isto não significa sair por aí doando dinheiro. Existem algumas condições que necessitam ser encaixadas na busca desta felicidade.


Por exemplo, existem três fatores diretamente relacionados com a construção do prazer ao doar:

1. Relacionamento próximo com a pessoa ou instituição;

2. Reconhecimento da competência da pessoa ou instituição para quem se estar realizando a doação;

3. Autonomia – ser uma decisão própria e espontânea.


Quando doamos estamos provocando maior conexão com pessoas, instituições e causas. Por isso, a importância do impacto positivo a ser alcançado (Competência) e da escolha de para onde os recursos serão destinados (Autonomia). De acordo com as pesquisas, o valor da doação não faz a menor diferença.


Intensidade da satisfação

A felicidade que sentimos após participarmos de um evento qualquer vai diminuindo aos poucos. Principalmente, quando é um evento que repetimos sempre. Este fenômeno é conhecido como “adaptação hedônica”. No entanto, doar é uma exceção a esta regra...


Estudos da Universidade de Chicago comprovam que o prazer declina em velocidade muito mais baixa no caso da realização de doações. Os relatórios afirmam que se você deseja prolongar satisfação, tente substituir o consumo pelo ato de doar de forma recorrente. A experiência utilizou 96 estudantes universitários que recebiam cinco dólares por dia. Tinham que optar por gastar da mesma forma durante cinco dias. Poderia ser para algo pessoal ou para uma doação. No final, os estudantes refletiram sobre os seus graus de satisfação. Um padrão foi traçado como resultado: os participantes que gastaram com prazeres pessoais tiveram um declínio da felicidade bem mais rápido do que os que optaram por doação. Os que decidiram doar também gastaram mais tempo na escolha do que fazer com o dinheiro. O nível de satisfação é bem superior quando a pessoa pensa com calma na forma e na causa para que vai direcionar o dinheiro. Uma satisfação maior até do que aquela do dia anterior em que a pessoa vai receber um salário ou pagamento. Isto ocorre porque no ato de doar o nosso senso de conexão social é fortalecido...


Somos ensinados a agradecer pelo que temos, pela comida de todos os dias...


Mas, esta atitude realmente transforma o nosso comportamento com os outros?


Pesquisas novamente demonstram que se pensarmos mais no que podemos dar no lugar do que recebemos, pode nos levar a um reconhecimento de que fomos úteis e importantes para os outros. Pesquisas da Universidade da Pennsylvania e de Michigan se direcionaram a compreender melhor esta situação. Ao refletirmos sobre o que recebemos podemos até criar uma fraqueza ou uma dependência nada saudável. Ao pensarmos no que fazemos para promover o bem, quando ativamos o sentido de “cuidar” e de “ajudar” nosso poder de tomar atitudes aumenta. A conclusão final da pesquisa é que ações como doar, prestar ajuda, ser voluntário, tornam-se relevantes para a saúde, a educação, o combate à fome a à pobreza, à proteção da natureza e dos animais e a mitigação de desastres... Construímos assim maior bem-estar individual e social...


Fonte: Psychological Science Publications


*Francisco Pontes de Miranda Ferreira é Jornalista (PUC Rio) e Geógrafo (UFRJ) com mestrado em Sociologia e Antropologia (UFRJ), pós graduação em História da Arte (PUC Rio), Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis. É diretor da Arcalama Serviços de Comunicação (www.arcalama.com.br)

5 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page