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Sem promessas
Atualizado: 30 de jan. de 2022

Flávia Joss
Sempre finalizamos o ano com muitas reflexões e novas promessas... Eu preferi deixar minhas considerações para o início do ano. Duvido de quem diz que espera coisas novas e se mantém inerte. Eu não espero, eu esperanço, isso mesmo, do verbo esperançar, neologismo criado por Paulo Freire. Esperançar agrega esperança, expectativa e ação. Me movo porque a vida não é estática, porque água parada apodrece, porque corpo parado enrijece e porque “os sonhos não envelhecem”.
Um novo ano é sempre uma caixa de surpresas e os paradoxos insistirão em nos acompanhar... vamos rir, chorar, quase desistir, recomeçar. Pessoas vão sumir, algumas vão permanecer e outras vão chegar. Teremos momentos profundamente produtivos e dias de escassez. Dias de vociferar e dias de silenciar.
Não vou fazer promessas, até porque tenho talento para quebrá-las, vou me vestir de afeto, sorriso e poesia, porque já são meus companheiros. Manterei as portas e as janelas abertas, um vaso com flores, uns livros, um caderno e um lápis ao alcance das minhas mãos. Terei meus momentos de solitude, minha introspecção. Caminharei novas sendas, traçarei outros roteiros, farei escolhas se assim mandar o coração e quem sabe, a razão.
Janeiro, 2022.
Flávia Joss (@flaviasjoss_) é escritora, professora de Língua Portuguesa e Literatura, especialista em Gêneros textuais e Interação. Possui cursos de aperfeiçoamento nas áreas de Arte& Espiritualidade, Escrita Criativa