REFLEXÕES NA MANHÃ DE DOMINGO

Depois de passear com o cachorro e da caminhada matinal pelas ruas do bairro, sento-me à frente do computador para organizar os textos que serão publicados amanhã no Jornal Poiésis. Toda atividade que exercemos na vida deve ser plena de sentido. As palavras que me chegam, em forma de crônica, poesia ou reflexão, pedem acolhimento e é essa a grande beleza de persistir nesse trabalho de editor.

Nesta nova fase do Poiésis, com atualizações semanais no site e uma maior penetração nas redes sociais (Instagram e Facebook), ocorreu uma renovação inclusive no relacionamento com os autores. Novas pessoas apareceram e são elas que, hoje, reposicionam nossa linguagem, nos inspiram a novos voos.

Essa força vital está na raiz desse projeto. Eu nunca fiz o Poiésis sozinho. Ele nasce de mim como uma pulsão criativa, uma força que brota do desejo e se exerce no mundo em busca de afinidades. Houve muitos encontros desde 1993, quando dei os primeiros passos para dialogar com a poesia que se produzia no país naqueles dias. Hoje os diálogos estão ainda mais amplos, redefinidos, numa recriação constante de formas e sentidos.

Agradeço aos leitores, seguidores, amigos, escritores, apoiadores e colaboradores pela convivência. 2020 está sendo um ano difícil para muitos. Mas na tarefa de extrapolarmos os muros através da arte, da criação, da loucura plena de nossos desejos, podemos alimentar esperança, gerar novas utopias, resistir à morte, celebrar a vida.

Araruama, 8 de novembro de 2020.

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis.