Olhares (Poesia)

Matheus Fernando

Dizem por aí que os olhos são a janela da alma Pra falar a verdade, não sei!

Só sei que existem olhares que sabem exatamente o que pensei No momento em que pensei Só em olhar para o nada Ternura, calma.

E diante de tantas idiotices que já falei Dos olhares magoados Das amizades que no entrave dos olhos cruzados Eu neguei.

Sabe, um olhar fala muita coisa O olhar que pega pela primeira vez o seu vestido de noiva Ou quem sabe aquele olhar fadado Por conta do cansaço Pelo câncer que como de presente da vida ganhei.

O olhar da noiva que encontra da porta da igreja o seu marido O olhar da mãe que pega pela primeira vez no colo o seu filho O olhar do pai que vê sua companheira pela primeira vez amamentar o seu menino E por mais que digam por aí que homem não chora, até eu chorei.

Se há amor à primeira vista? Também não sei!

Só sei que na segunda vez que olhei nos teus olhos Pensei ...

“Se de fato os olhos são a janela da alma E os meus olhos se perderam nos teus olhos Estariam as minhas janelas embaçadas? Ou as suas janelas que estão molhadas?”

Sábio fora Sócrates ao dizer que: “Só sei que nada sei.”

Só sei que ... Naquele olhar, se você pensou o que pensei Aguardo ansioso novamente pelo seu olhar Que talvez nunca mais encontrarei.

Dizem por aí que os olhos são a janela da alma

Pra falar a verdade, não sei!

Eu sei que os nossos olhos,

os meus olhos …

Falam das coisas que vivo,

Que sinto,

E que sonhei.

Matheus Fernando é aluno de graduação em Psicologia na Universidade Federal Fluminense. É escritor que transita entre gêneros literários como poesia, crônica, conto, ensaio e peça.

matheusfernando.contato@gmail.com