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  • Foto do escritorJornal Poiésis

O perdão e a liberdade




Camilo Mota


“Cada vez que você sofre, principalmente no plano psicológico, procure o apego. Ele está sempre aí. Tome consciência dele e ele se afastará”. (Pierre Weil)

Grande parte dos problemas emocionais que desenvolvemos está relacionada às emoções que são criadas quando o Ego é atacado e uma defesa se forma de maneira imediata. A raiva e a agressividade são componentes normais numa situação dessas. O problema fica mais complexo quando as emoções desse tipo persistem por muito tempo e se tornam entraves ao pleno desenvolvimento da pessoa, comprometendo seu bem estar, sua paz pessoal e sua liberdade.


Alguns tipos de agressão são realmente traumáticos. Uma pessoa que sofre um assalto, por exemplo, fica impactada pela violência, e tende a nutrir sentimentos de reação contra o agressor.  Às vezes nutre também uma agressividade voltada para si mesma, como uma culpa ou autopunição por não poder reagir à altura. Em ambos os casos, o Ego, essa instância com a qual nos confundimos deixando de perceber a totalidade da qual fazemos parte, sofre o impacto do trauma e a ele se apega, passando a repeti-lo através de uma compulsão que é reforçada pelo pensamento. A memória do fato traumático fica repercutindo, afetando o próprio pensamento, e até mesmo levando a conversões em forma de desequilíbrio do corpo (febre, alergias, tremores, taquicardia, etc.).


As agressões também podem ser psicológicas, na forma de desmerecimento, agressão verbal, expressão de preconceitos, entre outras. Do mesmo jeito, se o foco ficar direcionado para o Ego, o sofrimento se instalará, afetando a saúde do indivíduo.

Uma das maneiras de lidar com esse tipo de trauma é desenvolver o perdão. Criar as condições para perdoar alguém é um grande desafio, pois implica em desapegar-se, em se libertar. Muita gente fala em liberdade, defende-a com unhas e dentes, mas na verdade vive constantemente em sistema de escravidão sem perceber. Uma maneira de se escravizar é estar subjugado a um sentimento de ligação a outra pessoa por força da violência que ela nos provoca ou provocou. Enquanto o indivíduo se mantiver em guerra contra o agressor, não conseguirá compreender  o papel que ele exerce em sua vida. Nesse sentido, é preciso mudar o olhar e buscar compreender que o que o outro faz é uma responsabilidade dele, e cabe a você ter a consciência de que é livre para aceitar ou não a agressão. Quando você perdoa o agressor, você se liberta de sua influência e entrega a ele o ônus da violência. Isso não quer dizer que você deva aceitar ser agredido nem defender a crueldade alheia, mas que compreende o grau de manipulação do outro e pode sair da sua área de influência. Isso é liberdade, é saber que o seu comando está na valorização da consciência que tem de si mesmo. O primeiro passo é perdoar, porque assim você pode seguir o seu caminho em paz, deixando o outro entregue à consequência de suas próprias ações.

Quando você perdoa é como entrar num quarto escuro, apertar o botão do interruptor e acender a luz. O que era escuridão desaparece.

Camilo Mota é psicanalista e terapeuta holístico, atende nas especialidades de psicoterapia, terapia floral, acupuntura auricular e reiki. Mais informações no site www.camilomota.com.br ou pelo whatsapp (22) 99770-7322.

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