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"O Palhaço, Deserto" estreia no Festival de Cannes

Atualizado: 4 de jul. de 2021



Entre a ilusão de um cabaré e o realismo do cotidiano, após mais de 40 anos dedicados ao ofício de ser palhaço, Cidadão enfrenta seu primeiro dia como aposentado. A dificuldade em aceitar a nova situação, que envolve falta de dinheiro e perspectivas, o leva a substituir a preocupação pelo prazer. Ele cai na farra em um baile de Carnaval, enquanto enfrenta como mero e passivo espectador, situações comuns do dia a dia e suas questões políticas, comportamentais e sociais. O filme "O Palhaço, Deserto", com roteiro e direção de Patrícia Lobo, estreia na mostra online Marché du Film, no Festival de Cannes, no dia 07 de julho, às 09h00. No segundo semestre está previsto o lançamento nacional com distribuição da Bretz Filmes. O filme também segue para as salas de Portugal pela FilmesDaMente .


Os veteranos do teatro paulistano, Paulo Jordão e André Ceccato, dão vida aos personagens Cidadão e Pradinho. O elenco conta ainda com outros nove atores: Debora Sttér (Júlia), Ana Andreatta (Roseli), Aline Abovsky (Judith), Adriane Gomes (Amanda), Joaquim Lino (Rômulo), Wally Wilde (João), Ailton Rosa (Francisco), Marcos Amaral (Leo) e Sérgio Nunes (Luiz).

Em seu primeiro longa-metragem*, Patrícia provoca o olhar do espectador ao usar diferentes linguagens na construção da narrativa, a qual nem sempre é óbvia. Em paralelo ao drama do Cidadão (Paulo Jordão), a diretora expõe temas em evidência no Brasil por meio de situações divididas em núcleos: a mulher que sofre violência doméstica e é acolhida pelas amigas; os amigos em reflexão sobre o conservadorismo; e dois profissionais do mundo corporativo, que criticam a atual situação trabalhista, a nova previdência, e a especulação imobiliária que massacra a classe trabalhadora e favorece a gentrificação.

Pradinho (André Ceccato) é o contraponto ao protagonista, incentivando-o a passar por cima do medo e da incerteza para não ‘morrer’ em vida. "Trata-se de filme autoral e, antes de tudo, contém em seu DNA uma forte atmosfera crítica, poética e artística. Porém, não dá margem ou oferece qualquer espaço para que seja entendido como uma obra criada para ser confortável aos olhos do espectador. A personalidade sarcástica de Pradinho se funde ao desespero do Cidadão, dois personagens que se apresentam de forma absoluta e intensa, dissolvendo-se em uma plenitude de humanidade e docilidade no decorrer do filme. O seu encontro com Cidadão, o brasileiro comum, mais um trabalhador invisível na sociedade, carrega alta carga de tensão que logo se torna em reconhecimento e espelhamento. Por isso, trabalhei com dois atores que carregam o teatro em suas veias para chegar à carga dramática que eu desejava para o filme", conta a diretora, Patrícia Lobo.

No longa-metragem, o baile de Carnaval dentro de um cabaré é um espaço-chave que conecta todos os personagens. "É a interligação entre o realismo e a fantasia: os encontros, as vidas entrelaçadas, a ruptura com as verdades de cada personagem. Um oásis no meio do deserto, libertador e de resistência", explica a diretora. A estreia do filme no Brasil está prevista para o segundo semestre de 2021. Assista ao trailer: https://tinyurl.com/vmfcupss I Teaser: https://tinyurl.com/nwj64vp8


Figurino homenageia folclore brasileiro

O figurino de Dani Tereza Arruda, que também assina a direção de arte, traz especialmente para as cenas do baile de Carnaval uma homenagem aos personagens e lendas mais icônicos da cultura e do folclore brasileiro: Sambista, Pai de Santo, Jeca Tatú, Caboclo de Lança, Macunaíma, Iemanjá, Sereia Iara, Dançarina de Carimbó e Cirandeira.

Trilha original

Foram gravados 40 instrumentos musicais - hang, tambores, guitarras, baixos, bateria, teclados, latas e percussão -, com o objetivo de criar a atmosfera ideal que a narrativa exigia, incluindo camadas de apreensão e dramaticidade. Sob o comando do músico e produtor musical Kuki Stolarski (Zeca Baleiro, Funk Como Le Gusta e Karnak), a trilha também contou com composições inéditas do pianista John Larson e mixagem de Sergio Fouad (O Amor no Divã, Chatô, A Despedida, Apneia). As canções compostas para o filme foram inspiradas na música regional-popular brasileira, as quais exploram ritmos como Samba, Forró, Maracatu e Carimbó.


Cinema autoral busca reflexão

A cineasta paulistana, Patrícia Lobo, 38 anos, é diretora, roteirista, produtora e jornalista, e está interessada no cinema autoral como forma de expressão de suas próprias experiências, questionando o sistema e suas instituições mais conservadoras. Em 2009, lançou a pLobo produções com foco inicial no segmento do design, em paralelo à sua atuação no mercado editorial. Cinco anos depois, assinava o roteiro e a direção do seu primeiro curta-metragem, "20 anos, orquídea" (2014), exibido em São Paulo e no IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa (Portugal). Com isso, ampliou-se o objetivo da produtora para o mercado audiovisual. Em 2015, lançou o curta, "Um bom lugar para se sentir invisível", com exibições em festivais internacionais e nacionais como o 39º Festival de curtas-metragens de Grenoble, França, INTERFILM - 31º Festival internacional de curtas-metragens de Berlim, na Alemanha, MuBE - Museu Brasileiro da Escultura e Cinemateca Brasileira, ambos em São Paulo.

Na sequência, a cineasta realizou mais um curta-metragem chamado "Não trocaria minha mãe por nada neste mundo" (2017), com um elenco formado por Bruno Giordano, Robson Emilio e Wilton Andrade, e entra na fase de captação de recursos para o seu primeiro longa-metragem, "Um lugar aqui dentro", aprovado pela Ancine. Em outubro de 2018, filmou o curta "O Palhaço, Deserto", que foi inspiração para o longa-metragem de mesmo nome, que terá lançamento oficial na mostra online Marché du Film, no Festival de Cannes, no dia 07 de julho, às 09h00. Atualmente em produção, o documentário sobre o bloco Ilú Obá de Min é seu mais novo projeto de direção e tem estreia prevista para o próximo ano.


Dirigiu o clipe do artista brasileiro Lucas Santtana, "Streets Bloom" (2017) que conquistou críticas positivas na impressa internacional ao trabalhar uma narrativa a partir de imagens da cidade de São Paulo captadas com drone. Publicou dois livros: "À margem" e "Amar é Intolerável", fez parte de uma série de produções teatrais e também participou, em 2018 e 2019, da comissão de júri e na direção artística do No Ar Drone Film Fest Brazil. Sua carreira se desenvolveu no mercado editorial, passando pelas principais editoras brasileiras. Estudou Comunicação Social e é pós-graduada em Sociologia e Política pelo Núcleo de Ciências Políticas da PUC/SP. É mestranda em Artes pela UNESP.


FICHA TÉCNICA

Argumento, Roteiro e Direção: Patrícia Lobo

Produção Executiva: Patrícia Lobo e Regiane Tosatti

Assistente de Direção: Jhonathan Oliveira

Elenco: Paulo Jordão, Andre Ceccato, Debora Sttér, Ana Andreatta, Aline Abovsky, Adriane Gomes, Joaquim Lino, Wally Wilde, Ailton Rosa, Marcos Amaral, Sérgio Nunes

Cinematografia e Direção de Fotografia: Regiane Tosatti

Direção de Produção: Guilherme Ferraro

Produção: Brunna Macedo

Diretora de Arte e figurino: Dani Tereza Arruda

Som direto: Arthur Gazeta

Trilha Sonora Original: Kuki Stolarski

Mixagem: Sérgiou Fouad

Produtora de Finalização de Som: Dream Box

Direção de Som: Guilherme Picolo

Montagem e Finalização: Arthur Gazeta

Colorista - Finalização e arquivo DCP: Marcelo Rodriguez (MIA Lab)

Produção e Realização: pLobo produções

CoProdução: FILMESDAMENTE

Comunicação e divulgação: RP 360 Comunicação e Relações Públicas

Apoio: Disk Films - Next Move Equipamentos - Monstercam - Electrica - SPCine - São Paulo Film Comission - Casa Palco - Sindicato dos Bancários e Financiários do Estado de São Paulo, Osasco e Região - CineSec - Bucareste Ateliê de Cinema - Abrupta Produções Artísticas - RP 360 Comunicação e Relações Públicas

Distribuição: Bretz Filmes

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