top of page
Buscar
  • Foto do escritorJornal Poiésis

Ler, escrever e transformar



Camilo Mota


Algumas vezes, no contexto terapêutico, atendo pessoas que estão constantemente em busca de informações sobre os problemas pelos quais estão passando. O acesso ao conhecimento proporcionado pelas tecnologias trouxe um ganho significativo nesse sentido, trazendo ao paciente uma série de ideias e possibilidades sobre aquilo que as leva ao sofrimento. No entanto, o conhecimento intelectual e os livros de autoajuda não são suficientes para estabelecer a sinergia necessária para uma vida mental saudável.


Uma boa forma de incentivar a si mesmo na produção de conhecimento sobre si e seus próprios problemas é sair da esfera puramente intelectual e mergulhar nos caminhos que a arte oferece. A leitura de poemas em voz alta é uma dessas possibilidades, pois permite um envolvimento do corpo e da alma num movimento de unidade. Por que ler em voz alta? Assim como não é possível dançar se você permanecer sentado, também a poesia precisa do movimento da língua, da respiração, da voz para se tornar concreta e poder ser sentida. Quando você faz isso, facilita perceber o significado e a força de um texto e como ele pode repercutir em sua alma, causando transformações, seja porque você se identifica com a mensagem, seja porque algo dentro de você sofreu uma comoção, mesmo que isso não possa ser reconhecido pelas vias racionais.


Mas o que me parece ainda mais significativo é quando você se permite escrever o que está sentindo. Pode ser através de uma poesia, ou mesmo de uma carta endereçada a alguém com quem você deseja e precisa conversar. Este simples ato de sentar à frente do computador (ou segurar a caneta sobre uma folha em branco) com a intenção de escrever abre infinitas possibilidades de autoconhecimento. Quando você transfere para o papel, em forma escrita, o que está se passando com você, uma nova perspectiva se abre: é como se você conseguisse se distanciar de si mesmo e olhar por um outro ângulo. Também é um caminho para você expressar, colocar para fora, esvaziar-se daquilo que está incomodando. Não precisa mostrar para ninguém. É um diálogo com você mesmo.


Esses dois pequenos exercícios podem ser feitos por qualquer pessoa, a qualquer tempo ou lugar. É, sobretudo, uma oportunidade que você estará oferecendo a si mesmo de se deleitar com as sensações da vida que pulsa em você e se abrir para as transformações que precisa para estar em harmonia e movimento.

Camilo Mota é psicanalista e terapeuta holístico, atende nas especialidades de psicoterapia, terapia floral, acupuntura auricular e reiki. Mais informações no site www.camilomota.com.br ou pelo whatsapp (22) 99770-7322.

2 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page