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Finados

Elson Jacinto
Hoje que é dia dos mortos
Resolvi levar um lenço pra guardar meu pranto.
A multidão em agonia se perde na neblina.
Meu sonho vai como a rosa bonita.
Me ajoelho, querendo botar no túmulo meu coração.
É tudo escuro como as almas que dormem.
Eu lembro do círio que velava meu quarto de mendigo.
Se eram puras, confesso que não vi.
Neste dilúvio de ilusões, tudo é vivo.
Pois se não amo, estou mais morto ali.
Elson Jacinto (1962) é natural do Rio de Janeiro e mora em Araruama. É autor de “O tirar das máscaras”, “Entre a Cruz e a Espada” e “Revelação volume 2”, de onde extraímos o poema acima.