top of page
Buscar
  • Foto do escritorJornal Poiésis

Ciência e ativismo





Francisco Pontes*



Vários cientistas se dedicam aos estudos das Mudanças Climáticas e dos impactos ambientais provocados pelas ações antrópicas. Preocupados com a mitigação dos problemas ou no mínimo com o aumento da resiliência. Mas, diante da máquina de desinformação bancada pelas grandes corporações internacionais e apoiados por Estados coniventes, vários cientistas estão sentindo a necessidade de se engajarem no ativismo político também.


Empresas e Estados preferem manter seus negócios, que impactam o planeta de forma grave e muitas vezes irreversível, do que assumirem a emergência da situação. Fato que fica bem claro ao analisarmos o total fracasso dos acordos e das conferências internacionais que tratam do assunto. Vemos um desinteresse total dos Estados de cumprirem com os compromissos mínimos.


Desta forma, cientistas de todo o mundo estão aderindo às lutas populares, ao ativismo político. Os movimentos sociais, ao contrário do setor empresarial e dos governos, respeitam e prestam a atenção aos argumentos científicos.

Alguns cientistas importantes de vários países estão formando movimentos como o Radical Internationalist Socialist Envioronmetalist (RISE) com sede no Reino Unido. Movimentos que agregam em sua luta as questões sociais com as ambientais.


Afinal, temos que enfrentar uma realidade onde apenas 100 grandes empresas são responsáveis por 71% da emissão dos poluentes que colocam o planeta em risco. Pouquíssimos proprietários são donos da grande maioria da terra dedicada aos agronegócios que consomem grande parte dos agrotóxicos, produzidos por poucas grandes empresas internacionais. Os agronegócios devastam florestas, poluem os rios e o solo, empregam poucas pessoas e servem para alimentar uma parcela pequena da população.


Cientistas, desta forma, estão também no ativismo a favor da agroecologia e dos pequenos produtores familiares. Outro assunto ignorado pelos Estados. Através de uma aliança entre a academia e os movimentos sociais podemos fortalecer o ativismo político para enfrentarmos de vez este sistema perverso.


Francisco Pontes de Miranda Ferreira é Jornalista (PUC Rio) e Geógrafo (UFRJ) com mestrado em Sociologia e Antropologia (UFRJ), pós-graduação em História da Arte (PUC Rio), Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis. É diretor da Arcalama Serviços de Comunicação (www.arcalama.com.br)

23 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page