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  • Foto do escritorJornal Poiésis

Bernardelli – nome marcante da arte brasileira



*Francisco Pontes de Miranda Ferreira


Henrique Bernardelli foi pintor, desenhista e professor da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (ENBA). Sua obra mais conhecida é um retrato de Machado de Assis que se encontra na Academia Brasileira de Letras (ABL). Este retrato foi uma encomenda da própria ABL e ficou conhecido pelo seu caráter institucional e a linguagem clássica na pintura. Henrique nasceu no Chile, em Valparaiso, em 1858, mas se tornou cidadão do Rio de Janeiro, para onde seus pais se mudaram. Uma família muito artística, o irmão Rodolfo era escultor e o outro, Felix, violinista.


Estudou com o pintor clássico, que representou cenas da história do Brasil durante o Império, Victor Meireles. Cursou também em Roma no ateliê de Domenico Morelli. Ganhou prêmio internacional na Exposição Universal de Paris pela tela “Os Bandeirantes” (1888). Também foi premiado na Exposição Universal de Chicago em 1893. Em 1916 ganhou a Medalha de Honra do Brasil. Sempre fiel à pintura clássica italiana e realizando viagens para Roma, Veneza e Nápoles.


Foi membro do Núcleo do Conselho Superior de Belas Artes. Em 1931, criou o Núcleo Bernardelli e fundou um grupo de pintores modernistas brasileiros, como reivindicação à liberdade de expressão artística para os alunos da ENBA. Antes disso, junto com o irmão, já tinha fundado um curso independente. O Núcleo funcionou até 1941 e foi o início da influência de Cézanne e do Cubismo no Brasil. Várias obras do Núcleo podem ser visitadas no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), localizado na Praça Mauá. Fizeram parte do grupo alguns artistas muito importantes do Brasil como Milton Da Costa, Bruno Lechowsky, Eugenio Sigaud, Joaquim Tenreiro e Querino Campoforito.


No Centenário da Independência do Brasil (1922), o então diretor do Museu Paulista, Afonso d´ Escragnolle Taunay, convidou Henrique Bernardelli para realizar um quadro comemorativo. Fato que acabou se tornando numa polêmica. Bernardelli realizou um quadro em homenagem aos Bandeirantes e retratou estes aventureiros como algozes caçadores de indígenas. Foi forçado a modificar o quadro, já que os Bandeirantes eram símbolo de São Paulo e da conquista do interior do Brasil. Teve que retratar o Bandeirante como “civilizador” e que minimizar o aspecto de bárbaros e violentos, relacionados com o extermínio dos índios e com a escravidão.


Henrique realizou várias obras sob encomenda como os famosos painéis presentes na Biblioteca Nacional e no Theatro Municipal. Nas fachadas do prédio do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) no Centro do Rio, encontramos vários afrescos de Bernardelli.


*Francisco Pontes de Miranda Ferreira é Jornalista (PUC Rio) e Geógrafo (UFRJ) com mestrado em Sociologia e Antropologia (UFRJ), pós graduação em História da Arte (PUC Rio), Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis. É diretor da Arcalama Serviços de Comunicação (www.arcalama.com.br)

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