Jornal Poiésis
AO SABOR DOS VENTOS

Sylvio Adalberto
Triste de quem fica em terra
não enfrentou ventos fortes
nem viu as ondas rugindo
com o mar por todos os lados
(mais vivo dentro da gente)
não viu vultos na neblina
não desejou horizontes
não teve um remo quebrado
um barco fazendo água
um porto que nunca chega
não viu náufragos boiados
a lua entrando no mar
triste de quem fica em terra
nunca chegou nem partiu.
Sylvio Adalberto é membro da Academia Petropolitana de Letras. O poema acima faz parte de seu livro “Sentir é terno”.